BH sediou o encontro pelo Combate ao Trabalho Análogo ao Escravo Contemporâneo

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Evento marcou também os 14 anos da chacina de Unaí

Para marcar a passagem do Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo – 28 de janeiro, entidades que compõem o Comitê Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Erradicação do Trabalho Escravo (Comitrate), promoveram nesta quarta-feira, 31, o Encontro pelo Combate ao Trabalho Análogo ao Escravo Contemporâneo e ato alusivo à Chacina de Unaí.

A procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho (MPT), Adriana Souza, enfatizou a importância da parceria entre poder público e a sociedade para somar forças no enfrentamento ao problema: É importante termos fóruns de discussão como esse, com pluralidade e democracia plena. É preciso que as pessoas compreendam que o trabalho escravo afronta a dignidade humana, que é um direito universal. Nosso papel é mostrar para a sociedade exatamente o que combatemos". Segundo dados do Ministério do Trabalho (MTb), entre 2012 e 2017, o total de trabalhadores resgatados de situações semelhantes à escravidão durante as operações do órgão, em Minas Gerais, foi de 1.247.

Durante o evento, foi lançada a obra "Trabalho Escravo: entre os achados da fiscalização e as respostas judiciais", produzida pela Clínica de Trabalho Escravo e Tráfico de Pessoas da UFMG. Fruto de pesquisa feita por mais de um ano, o livro apresenta um raio x da tramitação de centenas de processos judiciais, com foco na análise da morosidade processual. "A análise dos dados possibilitará a elaboração de medidas e intervenções conjuntas mais bem direcionadas e capazes de amenizar ou sanar os pontos de estrangulamento que impedem ou dificultam o funcionamento eficiente do sistema judicial", registram os autores na introdução do livro.

O evento foi realizado também para lembrar os 14 anos da Chacina de Unaí, quando três auditores-fiscais do trabalho e um motorista do MTE foram assassinados durante uma fiscalização de rotina na região. "Aquele ato, comandado pelos irmãos Mânica e que ceifou a vida dos nossos quatro colegas, jamais será superado. Vamos continuar todos os anos lembrando. É uma homenagem que fazemos aos nossos colegas, mas é uma lembrança para muito além disso. É para o conjunto da sociedade", enfatizou o auditor fiscal Marcelo Campos.

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