Ações do MPT reforçam o dia contra a discriminação racial

Audiência pública debate projeto do MPT para inclusão de jovens negras e negros no mercado de trabalho. Nas redes sociais, campanha marca a importância da data

Brasília - O Ministério Público do Trabalho (MPT) promove, nesta semana, ações por ocasião do Dia Internacional contra a Discriminação Racial, celebrado nesta quarta-feira, 21 de março. Na sexta-feira (23), foi realizada em São Paulo, audiência pública para debater um projeto do MPT para inclusão de jovens negras e negros no mercado de trabalho. O evento será realizado na Procuradoria Regional do Trabalho da 2ª Região, e contará com a participação de representantes de entidades da sociedade civil, especialmente dos movimentos negros, e de instituições públicas, parlamentares e outras autoridades, bem como cidadãos e o público em geral.

O objetivo da audiência foi  discutir o tema da discriminação racial e, principalmente, colher sugestões e opiniões por parte da sociedade no que diz respeito ao projeto de inclusão da população jovem negra no mercado de trabalho, com foco em jovens cotistas oriundos das universidades públicas e privadas. A iniciativa está em fase de estruturação por parte do MPT, e a ideia é formar uma rede de órgãos, entidades e empresas que trabalhem conjuntamente para ofertar vagas a esse público.

Já são parceiros do MPT neste projeto o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) em São Paulo, o Ministério Público do estado (MPSP), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Educrafo, a UNEafro, a Universidade Zumbi dos Palmares, o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), entre outros. A ideia é ofertar tanto vagas de emprego para egressos das universidades, quanto oportunidades de estágio para estudantes cotistas.

Para a procuradora Valdirene de Assis, esta ação é muito relevante para a promoção da igualdade racial no mundo do trabalho. "Os jovens negros cotistas hoje em dia têm mais acesso à universidade, no entanto, encontram dificuldade para ingressar no mercado de trabalho. Isso ocorre devido ao preconceito ainda existente em nossa sociedade, que prejudica os candidatos negros e negras no momento da contratação e mesmo durante sua atuação nas empresas", explica a procuradora, que é também a atual coordenadora nacional da Coordenadoria Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade).

Esta é a segunda audiência sobre o projeto – a primeira foi promovida em Brasília, na Procuradoria Regional da 10ª Região. A previsão é que outras regionais, como a do Rio de Janeiro, também realizem discussões sobre o assunto, e que o projeto seja lançado e implementado ainda este ano.

Conscientização – Além deste debate, foi também elaborada uma campanha, para difusão por meio das redes sociais, composta por cinco cards publicitários contendo mensagens e imagens sobre o tema da discriminação racial, com foco no mundo do trabalho. O objetivo é chamar atenção para o assunto, uma das prioridades do MPT por meio da Coordigualdade.

Para a coordenadora nacional de promoção da igualdade, Valdirene de Assis, essas ações de conscientização são muito relevantes "para o enfrentamento do racismo estrutural existente em nossa sociedade – e que repercute no mercado de trabalho –, em prejuízo da população negra brasileira". Os cards estão sendo divulgados no Facebook e no Twitter do MPT.

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