Hoje é dia de mobilização pela aprendizagem profissional

Mais de 800 pessoas participaram das atividades promovidas pelos órgãos de proteção em BH

O Dia Internacional do Jovem trabalhador foi comemorado hoje (24) em Belo Horizonte com a uma mobilização pela aprendizagem profissional, que reuniu mais de 800 pessoas. A inciativa interinstitucional foi coordenada pelo Fórum de Erradicação e Combate ao Trabalho Infantil e Proteção do Adolescente (Fectipa) e contou com a pariticipação do Ministério Público do Trabalho.

Jovens aprendizes, empregadores e representantes de órgãos responsáveis pelo controle e a fiscalização da lei da Aprendizagem compartilharam experiências sobre a atividade. "Para nós é muito claro que a aprendizagem é uma grande saída. Uma experiência para o mundo", enfatizou a auditora fiscal Christiane Azevedo Barros ao apresentar os números do desemprego juvenil hoje. Segundo a auditora, no mundo, temos cerca de 70 milhões de jovens desempregados. Outro dado relevante aponta que 21% dos jovens, de até 25 anos, não trabalham nem estudam. O alerta também se acende para a questão de gênero, enfatiza a auditora: "79% dos jovens que não estão na escola, nem no trabalho são do sexo feminino". No Brasil, 30% dos jovens estão sem trabalho.

Baixa escolaridade, falta de qualificação profissional, falta de experiência laboral estão entre os fatores que afastam os jovens do mercado de trabalho, aponta a auditora fiscal. Ela encerrou sua exposição citando exemplos da atuação do Ministério do Trabalho, a partir de 2012 e destacou que nos últimos anos, o desafio de promover a aprendizagem foi ampliado. Esforços específicos e direcionados vem sendo empreendidos pelos órgãos de proteção para "incluir no mercado de trabalho jovens em cumprimento de medidas socioeducativas, jovens abrigados e em situação de vulnerabilidade social", informou Christiane Barros.

A procuradora do Ministério Público do Trabalho Luciana Coutinho destacou em sua fala a importância de dar voz aos envolvidos no processo, especialmente as empresas que contratam: "mais que ninguém as empresas podem falar com credibilidade insuspeita sobre os enormes benefícios da aprendizagem para a organização". A procuradora explicou as vias de atuação do MPT por meio do fomento de políticas públicas, da proposição de termos de ajustamento de conduta e até ajuizamento de ações judiciais, quando necessário. Luciana também apresentou dados que apontam o potencial de vagas disponíveis para esse público no mercado: "hoje temos 30 mil contratados, mas sabemos que esse número pode triplicar caso a cota seja cumprida conforme prevê a lei."

O Heiko Spitzeck da área de responsabilidade social corporativa da Fundação Dom Cabral destacou que em geral os problemas sociais e ambientais relacionados com a cadeia produtiva não estão restritos a uma empresa, mas ao setor. De acordo com ele o ideal é que as empresas se unam para buscar soluções conjuntas e citou exemplos concretos de grandes corporações que já perceberam e estão praticando.

O evento foi encerrado com relatos da experiência de empresas tem programas de aprendizagem e também de adolescentes e jovens aprendizes, destacando os benefícios da aprendizagem profissional para toda a sociedade.

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