O MPT levou o tema Combate ao Trabalho Infantil para a 13ª Meia Maratona Internacional de Belo Horizonte

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Nesse domingo, 25, a equipe VelociRápidos disputou a prova que teve a hashtag #ChegaDeTrabalhoInfantil estampada em todas as peças

Belo Horizonte (MG) - Promover a conscientização acerca da importância do combate ao trabalho infantil, ampliar a divulgação da hashtag #ChegaDeTrabalhoInfantil, incentivar a prática esportiva e apresentar a corrida de rua como uma possibilidade de transformação para adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social. Esses foram os objetivos do Ministério Público do Trabalho (MPT) no projeto que viabilizou a inserção do tema Combate ao Trabalho Infantil na 13ª Meia Maratona de BH, realizada na manhã desse domingo, 25, na modalidade Live Run. A equipe VelociRápidos, composta por 13 jovens, ganhou as ruas com segurança e muito fôlego, apoiada por diversos profissionais voluntários que encamparam o projeto.

Nas ações de divulgação que precederam o dia da corrida, bem como durante todo o evento online, os corredores foram convidados a conhecer e se engajar na luta contra o trabalho infantil, seja divulgando o tema, denunciando ou apoiando iniciativas promovidas pelo MPT e seus parceiros.  Dados do IBGE, divulgados em 2020, apontaram que, em 2019, havia cerca de 1,8 milhão de crianças e adolescentes com idades entre 5 e 17 anos em situação de trabalho infantil. Desses, 706 mil (45,9%) estavam em ocupações consideradas como piores formas de trabalho infantil.

“A pandemia do novo Coronavírus tornou o combate ao trabalho infantil ainda mais urgente, uma vez que, além de ter promovido o fechamento das escolas e outros espaços públicos de proteção, também aprofundou a pobreza, uma das causas do trabalho infantil. A inserção do tema em uma corrida de rua tem por objetivo ampliar cada vez mais a conscientização sobre a importância de se erradicar essa forma de exploração, que é uma grave violação dos direitos humanos. É também um canal para ampliarmos os espaços de divulgação da Campanha Nacional de Combate ao Trabalho Infantil”, enfatiza a procuradora do Trabalho e Coordenadora Regional da Coordinfância em Minas Gerais, Luciana Marques Coutinho.

Na abertura do evento, o apresentador destacou a importância da mobilização de toda a sociedade em torno da causa, lembrando que 2021 foi instituído pela ONU o Ano Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil, com o slogan Precisamos Agir Agora para Acabar com o Trabalho Infantil. A coordenadora do Fórum de Erradicação e Combate ao Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador de Minas Gerais (FECTIPA/MG), Elvira Cosendey, destacou que “apenas no ano de 2019, nós tivemos 43 mil crianças mutiladas no Brasil e todas essas mutilações foram resultantes da exposição dessas crianças ao trabalho infantil. O trabalho infantil agrava os índices de evasão escolar e promove a perpetuação do ciclo da pobreza, uma vez que a criança, afastada da escola, perde a oportunidade de ter uma educação de qualidade e de profissionalizar-se no futuro, ficando obrigada a submeter-se ao desemprego ou a subempregos, o que acentua ainda mais a desigualdade social vigente em nosso país”.

Além da divulgação da campanha de Combate ao Trabalho Infantil, o Projeto MPT / 13ª Meia de BH assegurou a participação gratuita de um grupo de adolescentes em situação de vulnerabilidade social na corrida, como forma de incentivo à prática esportiva. "Todo um processo de mobilização de parceiros, de voluntários e dos próprios adolescentes foi desencadeado e resultou na criação de uma equipe de corrida, que ganhou marca própria, os VelociRápidos, criada pelos adolescentes sob a condução da Agência de Iniciativas Cidadãs (AIC)", explica Luciana Coutinho. Mais que o apoio de profissionais especializados que se voluntariaram para o projeto - agência de comunicação, preparador físico, psicóloga, nutricionista, dentre outros - a reversão de multa feita pelo MPT para o projeto possibilitou a aquisição de uniformes e assessórios esportivos para o grupo. Toda uma infraestrutura para treinos com suporte técnico foi mantida durante os meses de maio, junho e julho de 2021, para que os jovens ganhassem as ruas com segurança e muito fôlego.

As provas foram realizadas nesse domingo, 25, nas modalidades caminhada 3km, corrida 5km ou 10km e meia maratona (21.097m), sendo que cada participante deveria realizar sua prática esportiva individualmente, em local próprio escolhido por ele, isolado dos demais corredores. Os VelociRápidos correram na cidade administrativa com todo o suporte técnico necessário. Depois da prova, um dos jovens descreveu como viu e viveu a experiência: "Aqui tem diversas instituições por um só motivo, que é a hashtag que a gente levanta #ChegaDeTrabalhoInfantil. É incrível como esses laços são construídos. Eu já fui vítima de exploração infantil. É muito difícil, é muito triste. Quanto mais a gente conseguir erradicar isso, vamos transformando o mundo aos pouquinhos. Outra coisa bem importante é sobre o companheirismo que vivenciamos aqui e sobre a nossa persistência, porque, o que fizemos hoje, vamos levar como objetivo de vida. Eu acreditava que eu não ia conseguir fazer os 10 km, mas, com o meu intuito, o incentivo do treinador e dos próprios colegas eu continuei e levo pra mim que qualquer obstáculo a gente consegue passar, mas não conseguimos sozinhos. Obrigado a todos pela ajuda e amizade", disse o jovem aprendiz.

Foram parceiros do MPT nesse projeto: o Fórum de Erradicação e Combate ao Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador (FECTIPA/MG), a Subsecretaria de Atendimento Socioeducativo (SUASE), a Agência de Iniciativas Cidadãs (AIC), os profissionais voluntários: nutricionista, Luciana Cosendey; preparador físico, Thiago Araújo; e psicóloga, Michelle Rocha e entidades formadoras de aprendizes.

"É uma grande satisfação para todas as instituições que integram a rede de proteção termos uma equipe esportiva correndo pela #ChegadeTrabalhoInfantil. Esse projeto se delineou como um caminho promissor de mudanças para a vida desses 13 jovens e de tantos outros que poderão se juntar a eles. Com o sucesso desse início, a SUASE já trabalha pela sua expansão, objetivando a inclusão de novos integrantes ao Grupo VelociRápidos, por meio da seleção de jovens e adolescentes em cumprimento de medida e egressos do Sistema Socioeducativo, estabelecendo a importância do esporte como um agente transformador na vida desses sujeitos ao promover não somente benefícios para a saúde, mas também oportunidades de socialização, inclusão e novas perspectivas para o futuro", relata o diretor de gestão de vagas e atendimento jurídico da SUASE, Guilherme Rodrigues Oliveira.

Para os organizadores da corrida, o projeto ampliou horizontes. "Avaliamos que, em 2021, a vocação tradicional da Meia de BH de ser também um canal de promoção de intervenção sociais e ambientais foi ampliada ao dar visibilidade junto ao imenso e crescente público da corrida de rua à "Campanha Diga Não ao Trabalho Infantil", inclusive participando diretamente de ações junto a adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social. Esse projeto só veio reforçar a nossa convicção de que o esporte é um caminho seguro para que jovens amadureçam, elevem a auto estima, socializem e enfrentem sem medo os desafios e obstáculos que a vida impõe a todos", avaliou o diretor da ACE Esportes e Eventos, Rômulo Moreira, empresa que organiza a Meia Maratona Internacional de BH.

Confira como foi a Live Run da 13ª Meia Maratona de BH: https://www.youtube.com/tbh-esportes

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