Giftbox recebeu mais de 1.300 visitantes em BH

Mais de 1.300 pessoas visitaram em Belo Horizonte a Giftbox – uma caixa de presentes gigante que por fora atrai com promessas sedutoras e por dentro revela o drama de quem confiou em certas propostas, principalmente de emprego e renda. A caixa passou pela Praça da Liberdade, Rodoviária e Praça 7. O saldo do contato com os visitantes forma um mosaico de histórias de vida e apreensões com o presente e o futuro, especialmente dos jovens, relata Leandro Barbosa, coordenador do projeto em BH.

Entrei porque vi a promessa "Ganhe dinheiro", disse Graziele Fernandes. A mesma promessa assustou a professora Vanessa Aparecida, que resistiu muito em entrar, mesmo sendo convidada, mas depois explicou: "A promessa coisa fácil assusta. A violência está tão grande, temos medo de tudo. Eu perdi dois alunos de 13 e 15 anos vítimas da violência. Acho que deveriam ser promovidas palestras para jovens ouvirem essas histórias. Eles precisam muito ser alertados. Pretendo trazer minha sobrinha de 14 anos", planeja a professora.

"Quando a caixa estava na Rodoviária, recebemos um senhor idoso nos perguntando se tínhamos lista de desaparecidos. Ele explicou que procurava por três filhas, que foram levadas por uma família, ainda pequenas, após a morte de sua esposa. Ele nos contou que elas estavam sob os cuidados de uma tia, em um momento que ele não estava podendo cuidar", lembrou Leandro Barbosa

Belo Horizonte é a quarta capital brasileira a receber uma Giftbox. O projeto já funciona em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Goiás. A procuradora do Trabalho Elaine Nassif, que destinou verba para o custeio do projeto aqui em BH, acredita que as histórias de vítimas precisam sair das páginas de processos judiciais.

A gestão da caixa está sendo assumida pelo Comitrate – Comitê de Enfrentamento do Trabalho Escravo e a expectativa é que a caixa possa circular pelo interior do estado. "É necessário apoio financeiro para assegurar a inerência da Giftbox, outras verbas poderão ser destinadas pelo MPT, a critério de cada membro", explica Elaine Nassif.

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