Posse reúne mais de 150 pessoas no MPT em BH

Procuradora-chefe do MPT é reconduzida ao cargo para mais dois anos à frente do órgão em Minas Gerais

"O trabalho infantil é apenas uma face das muitas desse Brasil que amedronta, que retira sonhos, que escraviza, que precariza, que adoece, que oprime", lembrou a procuradora-chefe do Ministério Público em Minas Gerais (MPT-MG), Adriana Augusta de Moura Souza, durante posse solene na sede na Regional, na quarta-feira (6/12). O discurso da procuradora, de recondução ao cargo, foi marcado também por críticas à Reforma Trabalhista, defesa dos direitos sociais e da atuação do MPT.

No início da sua fala, Adriana Souza citou os trechos "Acorda, ó adulto que oprime. Ninguém me contou. É a dura realidade. É a nossa sociedade. É a cara do Brasil", da poesia "Ninguém me contou", ao se referir ao trabalho infantil e suas consequências para as crianças. A obra é da estudante Eliane Vitória dos Santos, que foi uma das vencedoras do Prêmio MPT na Escola/2017 – Etapa Minas Gerais.

A procuradora posicionou-se contrária às recentes alterações na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e reafirmou o posicionamento do MPT em relação aos direitos sociais. "Defender os direitos trabalhistas é tão somente aplicar a Constituição em sua inteireza, seguir seus princípios, reiterar sua importância, inclusive histórica".

Adriana Augusta ainda agradeceu aos membros, servidores e funcionários terceirizados do MPT pelo empenho e dedicação durante o primeiro biênio da sua gestão. Ao lado da vice procuradora-chefe, Fernanda Brito Pereira, e do coordenador de 1º e 2º graus, Rafael Albernaz Carvalho, Adriana Augusta estará à frente do MPT-MG até setembro de 2019.

Presente na solenidade, o procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Curado Fleury enalteceu a parceria da Procuradoria-Geral do Trabalho (PGT) com a MPT em Minas, sobretudo na atuação dos órgãos frente aos desafios da sociedade na esfera trabalhista, e desejou sucesso à nova gestão. Fleury também teceu críticas às alterações na CLT, dizendo que as novas regras são desfavoráveis para o trabalhador e empregador. "Essa reforma não beneficia ninguém. Ao contrário, ela vai, a médio prazo, igualar todos como maus pagadores em necessidade da redução dos custos, que vai ser natural da concorrência".

Durante a posse solene, a nova administração prestou homenagem às procuradoras do Trabalho Ana Cláudia Nascimento Gomes e Sônia Toledo Gonçalves, em nome de todos os membros e servidores da Regional, como reconhecimento "pela competência e integral dedicação" no exercício dos respectivos cargos: coordenadora de 1º e 2º graus e procuradora-chefe substituta.

Representantes de importantes instituições parceiras do MPT estiveram presentes na solenidade: Tribunal Regional do Trabalho, Ministério do Trabalho, Ministério Público do Estado, Ministério Público Federal, Governo de Minas, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho.

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