Ceduc é parceiro do MPT na promoção de inclusão de adolescentes no mercado de trabalho

Uma destinação de quase R$ 1 milhão está assegurando a formação de 30 adolescentes em situação de vulnerabilidade social

Belo Horizonte (MG) - Um grupo de 30 jovens, meninos e meninas, em situação de vulnerabilidade social ingressaram, em abril e maio de 2023, para o Projeto Novas Trilhas – Aprender para trabalhar, financiado com destinação de quase R$ 1 milhão, feita pelo Ministério Público do Trabalho em Minas Gerais (MPT-MG), que será executado ao logo de 16 meses pelo Centro de Educação para o Trabalho Virgílio Resi (Ceduc-MG).

A rotina do curso incluiu uma imersão de 30 dias em conhecimentos teóricos de diversas áreas, desde computação, à filosofia, direitos e relações humanas. Agora eles fazem um dia de teoria no Ceduc e quatro de prática no trabalho, que pode ser realizado em uma das empresas parceiras ou no próprio Ceduc, nas diversas áreas administrativas. "O nosso desafio é acolher bem esses meninos e meninas e ajuda-los a despertar seus talentos profissionais, a ter uma profissão, mas não é só uma questão financeira, é formação humana, valores, propósitos, descoberta de si mesmo", explica a coordenadora da educação profissional do Ceduc Janice Fernandes Luna Oliveira.

A procuradora do Trabalho que viabilizou a destinação, Ana Cláudia Nascimento Gomes, esteve pessoalmente no Ceduc para conhecer o projeto pedagógico e a rotina dos jovens: "Precisamos reverter para uma instituição idônea, compromissada com essa qualificação e muito disposta a empreender um esforço diferenciado para a concretização de um projeto como este. A legislação sobre Aprendizagem profissional não é vocacionada para pessoas em situação de vulnerabilidade, sendo assim, uma interpretação de forma literal, pode resultar em exclusão social. O Projeto Descubra vem para uma compensação social nesse aspecto. Do contrário a porta vai ficar sempre fechada para eles."

"O Ceduc já formou uma turma de 15 alunos oriundos do Programa Descubra em 2020. Atualmente, mantém além desse projeto, outros 600 alunos estão em aprendizagem nos diversos projetos de formação que ministramos", diz a diretora do CEDUC Virgílio Resi, Elenice Matos. Ela lamenta que a legislação passa por revisões e que o risco de mudar para restringir o acesso ao programa é uma realidade.

Ex aluno do Ceduc, Evandro hoje é um instrutor elogiado pelos alunos: "atualmente faço licenciatura em biologia. Aqui, os primeiros 30 dias são uma espécie de preparatório para eles sentirem mais confiantes para chegarem nas empresas. Eles são qualificados em atividades burocráticas, tecnológicas e comportamentais, porque também a forma como nos comportamos comunica dentro do ambiente de trabalho, comunicação não é só verbal."

Em bate papo com os jovens na sala de aula, a diretora do Ceduc, Elenice Matos ratificou os princípios que norteiam as atividades no Ceduc: "a gente precisa de companhia para tudo, então o que estamos oferecendo para vocês, além da formação e preparação para o trabalho é uma companhia para ajudar vocês a inserirem no trabalho e a conviver nesse mundo do trabalho, que é tão importante, porque o trabalho é fundamental na vida. É no trabalho que a gente se descobre, descobre os talentos que temos, com o que vamos querer contribuir para um mundo melhor."

A procuradora do Trabalho Ana Cláudia Nascimento explicou um pouco sobre a atuação do MPT e destacou que a aprendizagem profissional é fundamental: "é importante as empresas assumirem a responsabilidade social delas, se elas recebem lucro elas também têm que reverter para a sociedade e uma das grandes reversões é participando do processo de aprendizagem profissional, é abrindo o mercado de trabalho para vocês que são jovens e estão aí para aprender e para galgar lugares melhores na vida."

Os alunos contaram como a participação na aprendizagem está mudando suas vidas: "eu aprendi a me soltar, a me socializar melhor. Na semana passada tive informática e aprendi coisas que não sabia, como Word e Excel, e minhas expectativas foram melhores do que eu esperava", disse a Julia. "Todos os dias temos novas oportunidades e desafios e a gente dúvida da nossa capacidade, mas a gente consegue sobressair e o mais interessante é como Evandro não é só um bom instrutor mas um bom conselheiro e ele cobra e espera muito da gente, acho muito importante", disse a aluna Evelin. "Eu tenho 18 anos e eu estou aqui a duas semanas e o que mais mudou para mim foi a questão da comunicação porque aprendi a conviver com pessoas muito diferentes, sair totalmente da minha bolha, aprendi a me comportar no ambiente de trabalho, acho isso essencial no meu crescimento", enfatizou outro aluno.

"A vida é uma caixa de surpresas, temos que aprender a lidar com essas novidades e obviamente quanto mais tivermos preparados mais força teremos. Sempre saímos de uma situação mais preparado para a próxima. Espero que vocês saiam daqui mais preparados e mais fortalecidos em termos de formação, emocionais, profissionais e relacionais, com certeza vai abrir portas e janelas para vocês", enfatizou a procuradora.

Ana Cláudia encerrou o bate papo destacando para os alunos que "o MPT empreende grade esforço para que o ingresso de jovens no mercado de trabalho esteja de acordo com o desenvolvimento da personalidade, pois ninguém amadurece de um dia para o outro. As entidades promotoras da aprendizagem profissional querem que os jovens vivenciem a aprendizagem gradativa, no ritmo do desenvolvimento individual. É isso que se espera da fase educacional até a frase profissional. Poder viabilizar esse processo, seja como CEDUC enquanto parceiro do MPT, seja destinando esses valores das condenações é a forma de reverter esse ciclo de exclusão em um ciclo de inclusão, com uma sociedade mais justa."

 

 

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