Pelo segundo ano consecutivo, MPT-MG patrocina o Projeto Velocirápidos

Projeto visa incentivar a prática esportiva como possibilidade de transformação da realidade de jovens em situação de extrema vulnerabilidade social

Belo Horizonte (MG) - Promover a conscientização acerca da importância do combate ao trabalho infantil, ampliar a divulgação do movimento #ChegaDeTrabalhoInfantil, incentivar a prática esportiva e apresentar a corrida de rua como uma possibilidade de transformação para adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social. Esses são alguns dos objetivos do Projeto Velocirápidos, executado pelo segundo ano consecutivo com valores revertidos pelo Ministério Público do Trabalho em Minas Gerais (MPT-MG) e viabilizado pela força e energia de diversos parceiros voluntários ou não.

A edição de 2022 será promovida de junho deste ano até janeiro de 2023. Nesta edição, estão participando 20 jovens e adolescentes, com idades a partir de 16 anos, todos em situação de extrema vulnerabilidade social, porque são jovens em conflitos com a lei, em cumprimento de medidas socioeducativas ou já egressos desse sistema; ou resgatados de situação de trabalho infantil; ou, ainda, jovens residentes em instituições de acolhimento, após terem sido retirados do convívio familiar por determinação do Poder Judiciário, devido a questões como moradia em situação de rua, violência doméstica, abuso sexual, entre outros fatores. A seleção foi negociada com as instituições que atendem o “Programa Descubra” e com o Fórum de Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente (Fectipa/MG), que promovem a formação e inserção de jovens aprendizes no mercado de trabalho.

Nessa edição, os jovens terão oportunidade de participar de 15 palestras sobre temas relacionados a saúde, alimentação e prática esportiva, bem como direitos humanos e sociais, especialmente, sobre trabalho infantil e trabalho protegido. Além disso, os jovens irão participar de 14 treinos virtuais e nove treinos presenciais em locais como a Cidade Administrativa e a Avenida dos Andradas.

Durante esse período, os jovens participarão, também, de três corridas de rua: Corrida da Itatiaia (07/09 – 5km), Corrida Mário Pena (01/10 - 5 e 10km) e Circuito das Estações – Verão (27/11 - 5 e 10km). Além de exame médico para todos os adolescentes e jovens realizados antes do início dos treinamentos, o grupo terá à disposição uma equipe técnica para acompanhamento físico, nutricional, psicológico e fisioterápico, inclusive por meio de encontros on-line. O projeto inclui, ainda, a isenção do pagamento da taxa de inscrição nas três corridas de rua, o transporte para os treinos presenciais e para os eventos, o fornecimento de lanches durante os treinos presenciais e a doação de kits com os equipamentos necessários para a participação nos treinos e nas corridas, contendo tênis, shorts, camisas, garrafas de água, etc.

A procuradora do Trabalho Luciana Coutinho, que articulou a parceria com a Meia Maratona de BH, destaca que “o resultado da soma de tantos esforços que fizeram com que o projeto alcançasse uma dimensão bem maior do que a prevista inicialmente, conquistando na primeira edição diversos voluntários, desde o treinador, a nutricionista e a psicóloga da equipe, os educadores das entidades formadoras, a equipe da Suase, da TBH Esportes. Isso inspirou a renovação do projeto em 2022."

Histórico do Projeto – A procuradora do Trabalho Luciana Coutinho conta um pouco da história do projeto. “O Velocirápidos surgiu a partir da experiência bem-sucedida que tivemos na realização do piloto, em 2021. Por meio de parceria firmada com as empresas organizadoras da Meia Maratona de BH para a divulgação de material sobre o combate ao trabalho infantil, conseguimos, na época, algumas cortesias para participação no evento esportivo e elas foram todas direcionadas para adolescentes e jovens vulneráveis socialmente. Naquele momento, contamos com participação do Estado de Minas Gerais por meio da SUASE - Subsecretaria de Atendimento Socioeducativo e do FECTIPA - Fórum de Erradicação e Combate ao Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente de Minas Gerais, que ajudaram na seleção e acompanhamento dos adolescentes, bem como com o trabalho de profissionais voluntários que encamparam a ideia. Os resultados foram tão positivos, que foi possível pensar na continuidade e, até mesmo, na ampliação do projeto. Para isso, foi elaborado um projeto, através da ACE Esportes e Eventos e o Instituto de Defesa da Cidadania e da Transparência (IDCT) que aceitaram o desafio e estão desenvolvendo a iniciativa, que conta com o apoio do MPT-MG”.

O grupo VelociRápidos foi formado em 2021, a partir da reversão de valores pelo MPT-MG para o evento esportivo Meia Maratona de BH, no ano passado, visando a inserção do tema do combate ao trabalho infantil nas publicações das mídias sociais dos canais do evento e na corrida propriamente dita, mediante utilização da hashtag #chegadetrabalhoinfantil no material disponibilizado aos atletas que vão participar do evento (camisetas, placas ao longo do percurso e pórtico de chegada).  Nas ações de divulgação que precederam o dia da corrida, no ano passado, bem como durante todo o evento online, os corredores foram convidados a conhecer e se engajar na luta contra o trabalho infantil, seja divulgando o tema, denunciando ou apoiando iniciativas promovidas pelo MPT e seus parceiros. Além de promover a divulgação, a parceria firmada proporcionou a doação de 30 cortesias para jovens em situação de vulnerabilidade social poderem participar da Meia Maratona. Diante disso, o grupo Velocirápidos foi formado, para organizar e oferecer os treinos aos jovens, além de acompanhamento com educador físico, nutricionista e psicólogo, de modo a conceder aos jovens a capacidade física necessária para participar do evento. O nome e marca Velocirápidos foram sugeridos e criados a partir dos próprios adolescentes e jovens da primeira edição do projeto, durante uma oficina promovida pela entidade AIC - Agência de Iniciativas Cidadãs, também parceira e voluntária na iniciativa.  

Dados do IBGE, divulgados em 2020, apontaram que, em 2019, havia cerca de 1,8 milhão de crianças e adolescentes com idades entre 5 e 17 anos em situação de trabalho infantil. Desses, 706 mil (45,9%) estavam em ocupações consideradas como piores formas de trabalho infantil. “A inserção do tema em uma corrida de rua foi uma das formas que encontramos para ampliar cada vez mais a conscientização sobre a importância de se erradicar o trabalho infantil, que é uma grave violação dos direitos humanos. É também um canal para ampliarmos os espaços de divulgação da Campanha Nacional de Combate ao Trabalho Infantil, de modo a promovermos essa conscientização para diferentes segmentos da sociedade”, enfatizou a procuradora do Trabalho, Luciana Coutinho.

Número do Processo: 0090600-86-2009.5.03.0020

 

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